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quarta-feira, 6 de abril de 2011

Não sei de onde me vem.

Se não fosse esta certeza que não sei de onde me vem,
não comia nem bebia,nem falava com ninguém.
Acocorava-me a um canto,no mais escuro que ouvesse,
punha os joenhos à boca e viesse o que viesse.

Não fosse os olhos grandes do ingénuo adolescente,
a chuva das penas brancas a cair impretinente,
aquele incógnito rosto,pintado com tons de aguarela,
que sonha no frio encostado à vidraça da janela.

Não fosse a imensa piedade dos homens que não cresceram...
que ouviram,viram,ouviram e não perceberam,
essas máscaras selectivas,antologia do espanto,
flores sem caule,flutuando,no pranto do desencanto.

Se não fosse a fome e a sede
dessa humanidade exangue,roia as unhas e os dedos,
até os fazer em sangue.

2 comentários:

  1. Saberes de onde vens. Tu sabes querido poeta.
    Encontra-te.

    Eurico

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  2. Eu disse que vinha ca fazer uma visita e vim ! Obrigado pela 'carta a um amigo'. Partilhei-a (:
    Um beijinho Manel :P

    ResponderEliminar